Moradores da Vila Sônia querem parque no lugar de chácara do Jockey Clube
sexta-feira, 29 de julho de 2011Apesar de o negócio com o terreno do Jockey Club com o município a troco da dívida do IPTU não estar concretizado, moradores do bairro Vila Sônia, na Zona Sul de SP, aprovam a ideia da Prefeitura de criar um parque público no local. O terreno, arborizado, com haras, pista de cavalos, lago e outras benfeitorias tem 150 mil m² e fica entre as avenidas Pirajussara e Francisco Morato.
“Criar um parque aqui no bairro vai valorizar as casas”, afirmou o aposentado Rui Yoneyama, de 72 anos, que mora desde 1965 em frente à entrada da chácara, na Rua Santa Crescência. “Acho que é vantajoso para os moradores toda a cidade”, disse Rui.
Outro morador antigo da Rua Santa Crescência, o vendedor Fernando Augusto Capestrani, de 60 anos, também acredita que ter um parque no local é bom para o bairro. “Vai aumentar um pouco o movimento, mas a região tem poucos espaços públicos. É uma pena ver esse terreno tão belo vazio e usado só para receber shows de vez em quando”, disse Fernando.
O casal de comerciantes Vanderlei Machado, de 40 anos, e Elisabete da Silva Leite, de 38 anos, tem um bar próximo à chácara e admite perder um pouco do sossego em troca do benefício de ter um parque. “Uma das boas coisas do entorno é a tranquilidade. Sei que vamos perder um pouco disso, mas vai ser positivo para os negócios”, disse Vanderlei. “Acho que vai ficar mais seguro. Certamente terá mais policiamento, se houver um parque”, afirmou Elisabete.
O músico Hélio Fuoco, de 49 anos, morador da Vila Sônia, gosta da ideia do espaço público, mas tem uma ressalva. “O parque será bem-vindo desde que não tirem as árvores. A chácara é como um pulmão do bairro”, falou. “É muito melhor do que o projeto que o Jockey estava considerando há alguns anos, de construir um condomínio. Assim todos usufruem do lugar.”
Indefinição / A Prefeitura ainda não sabe se vai fechar a transação do terreno com o Jockey. Em nota, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirmou que ainda não há planos oficiais para a construção do parque e não há nenhuma data definida para o início do projeto. “Primeiramente, a venda de parte do Jockey precisa ser oficializada. Na sequência serão tomadas as providências legais, destinando a implantação de um parque, para que a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente seja requisitada a confeccionar o projeto”, diz a nota.
Negócio com Prefeitura depende de avaliação do valor da propriedade
De acordo com o presidente do Jockey Club, o economista Eduardo da Rocha Azevedo, de 62 anos, a troca do terreno da Chácara do Ferreira pela dívida junto à Prefeitura depende ainda de avaliações independentes do valor do terreno, tanto do clube como do município. “Depois disso, ainda será necessário aprovar a negociação em assembleia dos membros do Jockey”, falou Azevedo.
O Jockey Club deve R$ 207 milhões em IPTU aos cofres do município. O presidente, no cargo há quatro meses, disse que vai aderir ao PPI (Programa de Parcelamento Incentivado) da Prefeitura. “Com os incentivos do PPI, a dívida cairá para R$ 80 milhões. Pelas minhas estimativas, 80% da chácara deverá liquidar o débito”, afirmou Azevedo.
O presidente também falou que ainda não é certo que a Prefeitura vá aceitar o negócio com o terreno, mas está otimista. “Há muita boa-vontade de ambas as partes. Espero que a transação aconteça até o fim do ano, depois de cumpridas as formalidades”, afirmou.
Fonte: Diário de S. Paulo
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