Alckmin diz que Kassab investiu apenas 27% do que prometeu no Metrô de SP, incluindo obras da Linha Amarela (Luz-Vila Sônia)
terça-feira, 12 de agosto de 2008Candidato à Prefeitura de SP pelo PSDB falou no Instituto de Engenharia.
Atual prefeito disse que investirá total de R$ 1 bilhão até o fim do mandato.
O ex-governador Geraldo Alckmin e candidato pelo PSDB à Prefeitura de São Paulo sugeriu cautela ao analisar os números de investimentos da atual gestão no Metrô, durante encontro no Instituto de Engenharia, nesta quarta-feira (6).
Ante as constantes declarações do prefeito Gilberto Kassab de que a prefeitura investe R$ 1 bilhão no Metrô, Alckmin afirmou aos empresários que apenas 27% do valor foi investido. “Vamos botar o pé no chão. Até agora, foram investidos R$ 275 milhões, o que representa R$ 63 milhões por ano. Eu tenho um pouco de cautela. Prometo menos e faço mais.”
O Instituto de Engenharia tem cobrado dos principais candidatos o compromisso com a ampliação do metrô. Alckmin não quis citar cifras, mas prometeu destinar recursos oriundos de parcerias com a iniciativa privada e do orçamento próprio do estado e da prefeitura para fazer os investimentos.
Procurado pelo G1, Kassab confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa que investiu, até agora, R$ 275 milhões, mas que vai investir, até o final deste mandato, em dezembro deste ano, o valor restante. Se eleito, Kassab disse ainda que investirá mais R$ 1 bilhão na próxima gestão.
Marta
Alckmin também criticou a ex-prefeita Marta Suplicy, com relação a seus discursos sobre investimentos no metrô. Marta afirmou que, quando foi prefeita, tentou destinar recursos para a ampliação do sistema, mas não conseguiu aplicar a verba porque não havia projeto para a região.
Alckmin, que na mesma época era governador do estado e responsável pela ampliação do metrô, rebateu: “A ex-prefeita diz que não colocou dinheiro no metrô porque não tinha projeto. Não tem nada a ver. Não colocou dinheiro porque não quis. Na realidade, era só capitalizar o metrô porque a prefeitura é sócia do metrô”.
Coordenador da campanha de Marta Suplicy, o deputado federal Carlos Zarattini (PT) afirmou que, em 2003 a então prefeita se propôs a antecipar R$ 50 milhões da Operação Faria Lima para agilizar a construção de uma estação de Metrô, naquela época prevista apenas para 2012. De acordo com ele, as obras só foram iniciadas em 2004.
“Não é possível colocar dinheiro em algo que não está feito. O Metrô não tinha nada iniciado na Faria Lima”, afirmou. Zarattini também disse que Marta planejou uma operação urbana na Estação Vila Sônia, que na época não estava prevista pelo Metrô, obra ainda não licitada.
Alckmin afirmou também que, se eleito, vai dar continuidade às obras do Kassab e não vai fazer “parada para balanço”, primeiro ano de governo destinado a rever as contas da prefeitura.
Plano diretor
O presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), João Batista Crestana, criticou o plano diretor. Em linhas gerais, o plano restringe a construção na cidade, limita o número de moradores por região e cria zonas voltadas à construção de moradia popular.
“O plano diretor, em vigor desde 2004, obrigou as construtoras a uma verdadeira diáspora, fazendo com que elas passassem a desenvolver projetos em outras cidades próximas a São Paulo”.
Sobre o tema, Alckmin disse que faria uma revisão do plano diretor ainda no começo do ano que vem, se eleito, e da Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Almoço
Alckmin almoçou nesta quarta-feira (6) com 19 dos 22 deputados estaduais paulistas, inclusive o líder do governador José Serra na Assembléia Legislativa, Barros Munhoz.
Lançado pelo diretório municipal do PSDB e aprovado na convenção do partido, Alckmin enfrentou resistência de vereadores e secretários municipais tucanos que insistem no apoio à reeleição de Gilberto Kassab, vice de Serra na Prefeitura.
De acordo com a assessoria de Alckmin, faltaram ao encontro apenas os deputados Analice Fernandes, que acompanha o marido em campanha em Taboão da Serra, Orlando Morando, candidato a prefeito de São Bernardo e José Augusto, candidato a prefeito em Diadema.
“Ele tem unanimidade na bancada”, disse o presidente da Assembléia Legislativa, Vaz de Lima. Questionado sobre eventual apoio a Kassab, que também diz fazer um governo tucano, Vaz de Lima respondeu: “Presumo que o apoio unânime ao Alckmin exclui essa possibilidade (de subir no palanque de Kassab).”
Fonte: G1
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